Pra finalizar, vale a pena ver essa matéria do Redação SporTV, que mostra a evolução do Murray do tênis:
http://globotv.globo.com/sportv/redacao-sportv/v/andy-murray-vence-djokovic-e-conquista-o-us-open/2133220/
O bom de assistir uma partida de futebol com um pai que já foi árbitro e até apitou jogos com o Pelé é que você sempre aprende alguma coisa em cada jogo. E lá fui eu me juntar a ele para assistir Brasil x Argentina pelo pré-olímpico/Mundial Sub-20. Clássico com os hermanos é tenso até em partida de futebol de botão, é teste para cardíaco nenhum botar defeito. Tudo é complicado e inesperado quando brasileiros e argentinos disputam alguma coisa e se tratando de futebol então, a rivalidade triplica.
O encontro entre essas seleções já era esperado. Aliás, a primeira coisa que jornalistas esportivos fazem em uma competição é analisar as chaves pra saber em que ponto o confronto vai acontecer. E aí começa o falatório: não param de sonhar com esse possível jogo até que ele, de fato, aconteça. Mas é neste ponto que a situação complica. Não sei você, caro leitor, mas eu não vejo isso tudo que narram e comentam por aí.
Será que o Brasil não aprendeu a jogar com a Argentina até hoje? Qualquer pessoa, que tenha uma noção dessa rivalidade no futebol, sabe que nossos arqui-rivais vão catimbar o jogo, fazer cera, perturbar jogadores pendurados com cartão amarelo e fazer de tudo para que haja uma expulsão. Para enfrentar os hermanos é preciso cabeça e saber administrar a partida. Mas os ‘meninos do Brasil’ pareciam não saber disso. O jogo começou tenso, como tinha que ser, e logo aos seis minutos o zagueiro Juan é expulso. Se em igualdade já é difícil, com um a menos a situação piora.
Mas os nossos narradores não enxergam isso. E digo mais, o jogo que eles veem não é o mesmo que eu vejo. É cada comentário que eu escuto que dá vontade de colocar a televisão no mudo e acompanhar só a imagem. É o ‘craque’ Neymar pra cá, o ‘brilhante’ Neymar pra lá. Não discordo do bom futebol dele, mas quem é craque faz a diferença em uma partida como essa. E se sobressair não significa fazer todos os gols e resolver tudo sozinho; é também pensar e ter visão de jogo, é tocar a bola e dar oportunidade aos outros companheiros. Eu perdi a conta de quantas vezes ouvi as frases “Neymar foi tentar o drible e foi desarmado” e “Neymar está caído e pediu a falta”. A todo o momento a tentativa era partir para cima de dois jogadores e quando não surtia efeito a saída era cair no chão e pedir a falta. E sabe por que não deu certo? Porque ele caiu do primeiro ao último minuto. Para não dizer que são só críticas, fica aqui o elogio à assistência que resultou no gol de Willian. Prova de que com um jogo coletivo, o Brasil só tem a ganhar.
O problema foi que Neymar tentou apitar o jogo, e nessa brincadeira levou o segundo cartão amarelo e está fora do próximo jogo contra o Equador. Mas não satisfeitos em apenas elogiá-lo, os comentaristas o compararam com Garrincha. Isso mesmo, com o nosso gênio das pernas tortas. E é aí que é possível notar o grau do fanatismo. Quando o argentino Iturbe, autor de um dos dois gols, foi comparado ao compatriota Messi, nossos queridos narradores disseram que é preciso esperar mais um tempo e que a comparação é precoce. Mas comparar Neymar à Pelé e Garrincha, pode? Pode NUNCA! São tantas coisas que esse jovem ainda precisa vivenciar dentro do futebol, que não faz sentido compará-lo e colocá-lo lado a lado com ícones do nosso futebol. Final de jogo, Argentina 2 x 1 e o Brasil perde a liderança do hexagonal final.
Eu continuo sem entender a falta de pé no chão de narradores e comentaristas em relação aos nossos jogadores. Existe toda uma seleção, com meninos que lutaram para conquistar uma chance de vestir a amarelinha. Tudo bem que um sempre se destaca, mas futebol é um jogo coletivo e não podemos deixar a estrela de um ofuscar o brilho dos demais. Como eu disse, continuo sem entender, mas não me surpreendo, afinal, o que dizer de imprensa e comunidade esportiva que insistem em leiloar e ainda intitular de ‘cracasso’ um certo gaúcho que, há algum tempo, nem no banco de reservas de um certo clube italiano estava mais.
Dizem que em toda novela que se preze há um vilão, um mocinho e casos de amor e ódio ao longo da trama. Assim que o comunicado de desligamento de Ronaldinho Gaúcho do Milan foi anunciado, teve início um rolo sem fim. O jogador, seu irmão Assis e o clube italiano protagonizaram uma das maiores barganhas do futebol. Começou, então, uma corrida de clubes brasileiros para repatriar o gaúcho.
A notícia já rodou o mundo inteiro e dispensa maiores explicações. A disputa entre Grêmio, Palmeiras e Flamengo gerou uma confusão. Era presidente do clube X dizendo que Assis tinha fechado negócio e Assis rebatendo que não havia dito nada, e de repente, a responsabilidade de vender Ronaldinho foi para o Milan. Até o Corinthians entrou na história como possível comprador. E os salários oferecidos? Altíssimos! Mais de um milhão por mês, fora patrocinadores e todo o marketing que envolve o futebol. Cada dia um lance diferente, uma proposta salarial mais ousada e o mocinho Ronaldinho mais parecia uma bola de futebol nos pés do vilão Assis que, numa relação conturbada com dirigentes e torcedores, se fazia de desentendido.
Ronaldinho foi para o Flamengo, com direito a mega recepção. A nova sensação do clube carioca ganhará mais de um milhão por mês durante três anos. Existem grandes jogadores brasileiros, que estão em ótima forma e não ganham nem metade disso! Essa discussão nos leva a seguinte pergunta: o Gaúcho é um grande investimento ou apenas um grande nome?
É certo que Ronaldinho teve uma carreira brilhante. Foi duas vezes o melhor do mundo e jogou em grandes times como Barcelona e Milan, transações que envolveram muito dinheiro. O fato é que o jogador está chegando ao final de sua carreira e voltar ao físico e a forma de anos atrás é algo difícil. Mas ninguém parece se importar quando o atleta tem um nome de peso, e a sensação que dá é que todos ainda acham que ele vai brilhar como em seus tempos áureos de Barcelona. Não duvido, o problema é a possibilidade de isso acontecer. Mas pagando bem, que mal tem?
Quando se trata de finanças, os jogadores estão esquecendo do amor a camisa e estão se apegando somente ao dinheiro. Os espetáculos que víamos antigamente, o futebol-arte, não existe mais. Este deu lugar ao futebol-negócio. Na terra das quatro linhas, que oferece mais vira rei e o leilão parece não ter fim. Clubes se endividam, atrasam salários, mas querem porque querem ter o “grande nome”.
Final da novela: presidente e torcida do Grêmio magoados, diretoria do Palmeiras enfurecida e festa rubro-negra. O futuro do Flamengo parece incerto. Ronaldinho renderá? As contas e os salários estarão em dia? O campeonato carioca está de volta e ao longo do ano teremos todas essas respostas.
Não posso deixar de fala de Didier Drogba. O cara jogou dentro do que pode, e claro, tinha que deixar o dele! Pra falar a verdade, achei que a Costa do Marfim ia dar mais trabalho. Talvez seja porque eles jogaram muito bem contra Portugal e o Brasil havia jogado mal contra a Coreia. Mas enfim, 3x1 tá de bom tamanho.
Agora susto mesmo levei com o Kaká. Susto compreensivel, penso eu. Imagine você ai, vendo metade do seu time apanhando de uns homens que mais parecem armários de tão grandes e fortes, você não está jogando o melhor que pode (e sabe disso!) e vai ficar quieto? Uma hora o bom moço perde as estribeiras né? Em toda a sua carreira, é apenas a 3ª expulsão do meia-atacante, então deixa o menino!
O terceiro jogo é contra Portugal e as expectativas se voltam pra ele! Não sou muito de acreditar em coincidências, mas todos os times sulamericanos estão se dando bem nessa Copa, logo, amanhã espero que o Brasil faça como no último amistoso: aplique logo outro 6x0.